quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Anticoncepcional pode diminuir risco de câncer, diz estudo

O uso da pílula anticoncepcional pode diminuir o risco de câncer, segundo um estudo da Universidade de Aberdeen publicado pela revista especializada "British Medical Journal".
Os pesquisadores analisaram dados de 46 mil pacientes colhidos durante 36 anos por clínicos gerais. Os dados eram atualizados a cada seis meses, mesmo quando elas mudavam de médico.
Os pesquisadores concluíram que o risco de desenvolver câncer era 12% mais baixo entre as mulheres que tomaram pílula. A redução do risco de câncer do intestino grosso, uterino ou de ovário é estatisticamente significativa.
Por outro lado, o estudo liderado pelo professor Phillip Hannaford conclui que o uso do contraceptivo por mais de oito anos está associado a um aumento do risco de desenvolver câncer.
Os dados sugerem que o efeito protetor da pílula dura por até 15 anos depois que a paciente pára de tomá-la --geralmente o período em que a mulher se torna mais suscetível ao desenvolvimento de câncer.
As mulheres que usaram a pílula por mais de oito anos, no entanto --menos de um quarto das mulheres que usaram a pílula e participaram do estudo-- apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver a doença, em particular o câncer cervical e do sistema nervoso central. As mesmas mulheres, porém, apresentaram risco reduzido de desenvolver câncer de ovário.
Segundo os pesquisadores, a conclusão do estudo deve tranqüilizar muitas mulheres, especialmente as que usaram a primeira geração de contraceptivos orais.
Segundo o professor Hannaford, ainda é "pouco comum" que as mulheres tomem pílula anticoncepcional seguidamente por oito anos, já que a tendência é tomar e parar, dependendo das circunstâncias de cada uma.
"Eu não recomendaria a ninguém tomar a pílula especificamente para diminuir o risco de câncer, mas se elas decidirem tomá-la, elas não vão aumentar esse risco", disse.
Estima-se que 100 milhões de mulheres usam a pílula no mundo, e acredita-se que mais de 300 milhões tomaram o contraceptivo desde seu lançamento, em 1961.

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