segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O principal empecilho à adoção está nas restrições à escolha de crianças

A burocracia não é o principal problema enfrentado pelas famílias que querem adotar uma criança no Brasil. A preferência por crianças brancas e com menos de um ano de idade acaba tornando o processo lento, pois o perfil das cerca de 8 mil crianças que esperam por um lar adotivo costuma ser bem diferente do que espera a maioria das pessoas.

De acordo com o juiz, crianças com mais de quatro anos de idade acabam não encontrando uma família adotiva e ficam nos abrigos até completar 18 anos.

"O grande problema é que as pessoas escolhem demais, restringem a escolha. A maioria das crianças que está no abrigo para ser adotada já é mais velha, tem quatro, cinco ou seis anos, não é branca, muitas vezes é portadora de algum tipo de necessidade especial, enquanto as pessoas escolhem uma criança com menos de um ano, branca e sem irmãos no abrigo".
O número de crianças adotadas a cada ano no país é desconhecido, pois não há um órgão centralizador que reúna essas informações. Em 2004, o então senador Sérgio Cabral, atual governador do Rio, enviou um projeto de lei, recentemente encaminhado para votação na Câmara dos Deputados, que trata da criação de um cadastro nacional de adoção. A relação incluiria crianças e jovens em condições de adoção e pessoas interessadas em adotar. Esse cadastro seria incluído no Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990.

O juiz Oliveira Neto disse que a existência de um órgão centralizador das informações sobre a adoção no Brasil seria de grande importância na hora de convencer uma família a adotar uma criança mais velha.

"Em Florianópolis, as últimas dez famílias que decidiram adotar crianças com menos de um ano de idade esperaram, em média, três anos e meio, enquanto a adoção de uma criança mais velha pode ter esse tempo reduzido para um ano e meio, dois anos. As pessoas têm a fantasia de que uma criança com menos idade terá menos problemas futuros decorrentes do abandono, o que nem sempre é verdade", argumentou.

Fonte: Agencia Brasil

3 comentários:

Unknown disse...

Infelizmente pelo que podemos perceber no artigo o preconceito esbarra na adoção, pois a preferência por crianças brancas e recém nascidas é a realidade do Brasil.
Abraços

ACÍBEL - Blog oficial disse...

Excelente publicação. Parabéns!´
Gentilmente o Círculo Literário pede sua visita ao nosso cantinho, para juntos propagarmos a Literatura!!
E temos um convite para você, passe por lá!!
"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal."(Machado de Assis)

Anônimo disse...

Sandra
Você tem toda a razão no que diz neste comentário.
Daí (e para tentar lutar contra isso) é que eu me lembrei de publicar aquela imagem no meu blog.
Acho que ainda subsistem muitos preconceitos escondidos quando se pensar em adoptar uma criança.