quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Falsos namorados que transformam você numa atriz de filme pornô

Sim, é repugnante. Você acha que encontrou um cara bacana e o tal grava os momentos mágicos que passaram juntos e exibe sem pudor sua intimidade aos amigos. Pior: qualquer mulher solteira corre o risco de topar com um fulano assim... O que fazer? NOVA não vai deixá-la sozinha. Pedimos a uma psicóloga que explicasse o que move um cafajeste desses (e inclusive ouvimos um), mostramos a dimensão que um vídeo clandestino pode ganhar na internet, indicamos as atitudes espertas para jamais cair em roubada igual. Além disso, um delegado e um advogado contam quais providências tomar se você for vítima.

Você, tanto quanto nós, deve perguntar: por que aparentemente bons partidos agem dessa forma? "Vangloriar-se das experiências sexuais é um comportamento masculino antigo", analisa Rosa Avello, psicoterapeuta com especialização em sexualidade humana pelo Instituto Sedes Sapientiae. "Faz parte da necessidade de autoafirmação do adolescente. Adolescente, sim. Embora a idade dos rapazes não permita classificá-los como tal, essa fase tem, nas últimas décadas, se prolongado até perto dos 30 anos. O que chama a atenção é o fato de se empenharem em produzir uma 'prova' que ateste a veracidade da bravata." Não basta insinuar "Sou bom de cama", é preciso mostrar.

Na opinião da expert, esse comportamento também reflete a atitude individualista recorrente hoje, a dificuldade de estabelecer relacionamentos éticos, o exibicionismo tão enaltecido e estimulado pelos reality shows. É, o rapaz quer ficar famoso... e extrapola. "Essa postura, a meu ver, tem tudo a ver com a cultura corporativa atual, que vem determinando os padrões de conduta", opina Rosa. "Pense comigo: passamos mais da metade do dia no trabalho, onde o cenário é ultracompetitivo e o que tem valor é o lucro e a liderança. Ganha pontos quem produz resultados que podem ser repetidos, avaliados e comparados", fala a psicoterapeuta, lembrando que esses rapazes certamente buscam, com a tecnologia, submeter seus feitos à aprovação dos outros! Rosa continua: "E, quanto mais ousada for a experiência sexual gravada ou fotografada, mais valor tem no 'mercado', porque evidencia a destreza e o domínio do autor nos 'negócios da cama'".

O pior é que eles encaram a iniciativa de filmar e fotografar cenas tão íntimas, sem o consentimento da outra parte, como "brincadeira". Eduardo, 27 anos, confessa que já cansou de ter transas pós-balada filmadas por amigos. "A intenção era assistir e dar risada. Depois a gente apagava, pois perdia a graça. A maioria dos caras que eu conheço já fez isso. E muitas vezes as garotas sacavam, mas nunca fizeram nada", conta. Eduardo só se arrependeu da "brincadeira" no dia em que um colega perdeu uma gravação dele recebendo sexo oral de uma garota. "Pode ser que hoje eu seja astro pornô e nem saiba", fala, meio bravo. Trocando em miúdos, quando a pimenta era nos olhos das moças, ele não se incomodava. Mas quando caiu nos dele...

Cuidado com o falso namorado



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