Épocas mudam e, com elas, os modelos se reinventam, se recriam.
Não muito tempo atrás, "ser mulher" seguia pressupostos bem definidos e sem possibilidade de negociação.
Todas pareciam ter saído do mesmo molde-fábrica, salvo uma ou outra que, estando adiante do seu tempo, ousava escapar do determinismo cultural.
Estas, mais ousadas, eram perseguidas e incorriam no risco de represálias graves.
Os tempos mudaram, e desde a década de 70, a mulher paulatinamente se percebeu com maior possibilidade para criar seus próprios modelos. Não se trata, evidentemente, de um problema resolvido por completo. O liberalismo que possibilita a criação de um novo modo de "ser mulher" parece se limitar a regiões cosmopolitas do mundo ocidental.
Além disso, muitas vezes de forma sutil, novas imposições são criadas a partir do discurso pretensamente liberal. Ou seja: sempre que alguém institui o "ter que" a ser seguido por todas, está instituindo uma nova tirania sobre as mulheres, e muitas seguem tal autoritarismo sorrindo, sem se darem conta do que está ocorrendo.
Os novos tempos nos oferecem uma alternativa maravilhosa, a alternativa da autoinvenção constante, sem estarmos presos a fórmulas, obrigações, moldes.
Assim sendo, se alguém me pergunta "o que é a nova mulher?"
A nova mulher é aquela que faz de sua vida o que bem entender, arcando com as conseqüências de suas escolhas, não seguindo cegamente modelos pré-estabelecidos e questionando sempre: isso serve para mim?
Além disso, a nova mulher entende que qualquer modelo que abrace não a obriga necessariamente a uma fidelidade eterna. Modos de ser são contingentes, estão relacionados a momentos, fases da vida.
A nova mulher não "é" coisa alguma. Ela está! E, simplesmente estando, abre-se à grande aventura de sempre, continuamente, se recriar.
Fonte:REvista Personare
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