quinta-feira, 3 de maio de 2007

Cadê mulher na política? Eu to nessa!


Dos 30% de vagas reservados para as mulheres, dentro dos partidos políticos, não chega a 10% de preenchimento. Demonstração de que a mulher ainda não absorveu a idéia de ocupação deste espaço, assim como a sociedade.

Desde a criação da lei nº 9504 – de 30.09.96, ainda recente, mas que já deveria ter inspirado alguma demonstração de disposição das mulheres para assumir expressão dentro dos partidos e consequentemente no panorama político brasileiro.

Se é você é uma pessoa que consegue articular bem seu pensamento, demonstrar com fundamentos de raciocínio e sabe que este é uma espaço ainda quase que vazio; se você fica por aí defendendo bandeiras alheias, porque ainda não pensou em ingressar na política e defender a sua própria bandeira?
A resposta de que tudo na política cheira mal, é podre e corrompida, só dá ladrão etc. é tola demais para ser usada. Está aqui uma boa hora de repensar. Vamos deixar tudo fedendo, tudo podre? E os narizes dos seus filhos e netos? Que se danem?
Quantas de vocês não já ouviram alguém dizer
— Você fala tão bem, é tão articulada para falar que poderia entrar para a política! — Isto é dito como se para fazer política, falar bem fosse o único requesito. No entanto, muitas vezes, quando as pessoas reconhecem uma fala bem articulada pode significar que você tem carisma e poder de argumentação. Saber argumentar e contra argumentar é importante pois daí surge a possibilidade de convencimento. É um instrumento, a mais, de facilitação na defesa de suas teses para fundamentar futuros projetos.
Na política não vale fundamentar seus argumentos na base do eu "acho", até porque as pessoas se emprenham quando você oferece dados estatísticos, faz citações eruditas por pura exibição. Mesmo que você nunca tenha lido a obra do autor citado. Decorou somente aquela frase. É preciso citar resultados estatísticos como se eles fossem exatos e/ou verdadeiros. Citar a fonte e tudo o mais. Outra, no fundo, no Brasil tudo é feito mesmo na base do "se não der certo a gente quebra tudo e faz de novo" ( empiricamente constrói-se um ralo sem fundo ). Pensar cientificamente ( estatisticamente ) não é comum a nós brasileiros. Ainda não.
As especulações sobre o porquê de as mulheres ainda não estarem muito entusiasmadas pelo ingresso na vida política são muitas. Muitos estudos em andamento. Tem gente séria buscando estas respostas. As respostas envolvem medo, falta de recursos financeiros próprios ( independência financeira ) e falta de interesse, mesmo. O despreparo sobre assuntos de ordem política, econômica e social do país, pode ser rapidamente ajustado, se você for uma pessoa que assimile com facilidade e tenha capacidade de reflexão. Já existe até curso especializado para preparar futuros políticos.
Para a deputada estadual Heloneida Studart ( PT — Rio de Janeiro ), casada e mãe de sete filhos, — as mulheres apresentam baixa auto-estima. São excelentes militantes para os outros; para o irmão, pai, cunhado e amigos. No entanto nunca pensam em aproveitar o potencial para si mesmas. Heloneida não acredita que a falta de dinheiro seja motivo dessa auto-exclusão. Eu mesma, você sabe, como jornalista, com o salário que ganhava, não teria nunca condições para isso. Fico tentando convencer mulheres que têm atividade em sindicatos ou em suas comunidades, para que se candidatem a um cargo eletivo. Não tem jeito, elas não se animam. O que realmente é uma grande pena.
Então, se você tem um trabalho social, mesmo pequeno, pense que não apenas o seu, mas o trabalhos e outras pessoas poderá crescer com uma sua participação política direta.

0 comentários: