domingo, 19 de julho de 2009

A vingança da mulher traída


As diferentes reações de três mulheres de políticos, traídas publicamente, demonstram como a vingança pode ser diferente: veja uma análise das histórias de Veronica Lario e Silvio Berlusconi, John e Elizabeth Edwards e Silda e Eliot Spitzer

Um motivo pelo qual muitos italianos – e provavelmente pelo menos um ex-presidente americano – amam Silvio Berlusconi reside na resposta que ele deu à sua mulher, Veronica Lario, depois que ela reclamou publicamente de adultério e exigiu um divórcio. A Veronica terá que me pedir desculpas publicamente, afirmou com grandiloquência Berlusconi, 72, primeiro-ministro italiano. E não sei se isso será suficiente.

Os políticos de estilo italiano parecem particularmente cômicos e benignos enquanto os americanos relembravam a traição matrimonial do candidato à presidência John Edwards no The Oprah Winfrey Show em todos os detalhes tristes e sórdidos. Elizabeth Edwards – que escreveu um livro, Resilience, sobre suas provações pessoais – contou tudo para Winfrey, enquanto o marido penitente se escondia em outra parte da mansão deles na Carolina do Norte, esperando a sua vez de aparecer na apresentadora.

É tentador ver esses dois escândalos políticos como um contraste entre a Europa corrupta e a América puritana – um estadista italiano envelhecido e astuto que usa o sexo e o machismo para promover sua imagem, enquanto um jovem político americano arruina a carreira – e machuca imperdoavelmente a esposa admirável – por um flerte breve e proibido.

Mas isso só funciona quando se presume de forma machista que são os homens que importam. A volta estelar de Elizabeth Edwards no Oprah não se encaixa no modelo de idealismo ingênuo do Novo Mundo; parecia mais uma forma esdrúxula de vingança, um tipo de reprimenda bem articulada que a Marquesa de Merteuil confeccionou no filme "Ligações Perigosas.

Elizabeth Edwards, que falou bravamente sobre seu câncer e a traição do marido, explicou que não queria que o erro dele a definisse no casamento de 30 anos; ela deixou claro, entretanto, que ele nunca vai se redimir.

Veronica Lario x Silvio Berlusconi

Veronica Lario, 52, pensou que pudesse se vingar ao envergonhar o marido e fazer dele um tolo atrás de um rabo de saia. Em vez disso, o perseguidor de saia (recentemente pego em mais um escândaloenvolvendo hóspedes em sua casa na Sardenha) é que a ridicularizou.

Mas ela não é inexperiente: Veronica também já foi uma bela estrela jovem que se engraçou com um adúltero. O casal se conheceu em 1980, quando ele era um magnata dos imóveis casado e ela estava no palco com The Magnificent Cuckold. Não que Lario não tenha razão – Berlusconi flerta mesmo com mulheres mais novas, ele concede patrimônio político a participantes de concursos de beleza e a estrelas, e ele viajou a Nápoles para ir a uma festa de aniversário de uma aspirante a modelo de 18 anos, a qual ele descreveu como a filha de um amigo. (Isso me surpreendeu, disse Lario em uma nota para a imprensa. Porque ele nunca foi às festas de 18 anos dos filhos, mesmo quando convidado.)

Mas é a segunda vez que Lario desaprova o marido publicamente; ela escreveu a primeira carta aberta em 2007 exigindo que ele se desculpasse de modo público por ofender sua dignidade. Berlusconi cumpriu com grandes floreios. Porém, esse tipo de política arriscada só funciona uma vez.

Elizabeth x John Edwards

inevitáveis de Oprah. O Enquirer, que revelou o escândalo e também divulgou boatos de que Edwards é o pai do filho de Hunter, agora publica que Hunter ficou tão ofendida com as palavras desprezíveis de Elizabeth Edwards que disse que permitiria um teste de paternidade para a criança.

A Não há enredo de ópera na dor e ódio de Elizabeth Edwards contra um marido que a traiu duas vezes – primeiro, ao ter um caso com Rielle Hunter e depois garantido a ela que fora apenas uma noite até que o The National Enquirer provou que ele era um mentiroso um ano e meio mais tarde. Edwards disse que seu câncer teve importância ao ajudá-la durante uma segunda onda de raiva. Estar doente significava algumas coisas para mim, disse a Winfrey. Uma é que a vida vai ser menos longa, e não queria gastá-la brigando.

Para os que pensam que John Edwards não foi punido o bastante, há um consolo nos desdobramentosentrevista de Edwards podia ser um momento de triunfo para outros pecadores. É quase impossível prever como e quando alguém desprezado vai responder.

Silda x Eliot Spitzer

As revelações de Elizabeth Edwards sublinham o silêncio curioso de Silda Wall Spitzer, que ficou ao lado do ex-governador de Nova Iorque, Eliot Spitzer, quando ele admitiu o contato com prostitutas, e permaneceu lá quando ele renunciou ao cargo de governador da cidade. Eliot Spitzer passou alguns meses isolado, e agora voltou à cena, escrevendo artigos e dando entrevistas sobre a crise de crédito e a ganância corporativa.

Silda Wall Spitzer não rompeu o silêncio público, mas aparentemente ainda está falando com o marido: o casal foi visto poucos dias atrás em um jantar aconchegante e animado com amigos no Café Boulud, em Manhattan.

No entanto, Spitzer seria sábio de não deixar a guarda baixa. Como a América viu, a vingança é um prato servido melhor em público.

Fonte :Ig delas

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