segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fantasias Privadas

Podem ser partilhadas ou guardadas só para nós. O importante é que existam. As fantasias estão para o sexo como os sonhos estão para a vida. Requerem apenas a imaginação. Mas trazem prazer e valor acrescentado.


Toda a gente tem capacidade para fantasiar. “É um processo como o de imaginar, de recriar, de elaborar e reelaborar no espaço imaginário”, comenta a psicóloga e terapeuta sexual Ana Alexandra Carvalheira. E acrescenta: “Somos todos capazes de idealizar o parceiro amoroso, por exemplo, e a fantasia é um processo semelhante.” Mas na era do prazer, as fantasias sexuais curiosamente ainda pertencem, de uma certa forma, ao universo do tabu. E mesmo a nível académico, o assunto demorou a despertar interesse.

Freud colaborou para o ostracismo das fantasias sexuais quando, no início do século passado, afirmou: “Uma pessoa feliz não fantasia, apenas aquelas que se encontram insatisfeitas.” Os estudos mais modernos sobre o tema, no entanto, revelam que o pai da Psicanálise estava equivocado. Sublinham que as fantasias não existem para compensar a falta de actividade sexual ou a existência de uma actividade pouco satisfatória. Destacam a sua importância para o enriquecimento da sexualidade e indicam que a associação entre as fantasias e uma vida sexual saudável é directa e estreita.

“O cérebro é sem dúvida o órgão sexual mais importante do ser humano e permite ao homem e à mulher imaginar, criar e inventar todo o tipo de fantasias sexuais”, escreveu a psicóloga e especialista em Sexologia Clínica Marta Crawford no livro Sexo sem Tabus (edição A Esfera dos Livros).

“No mundo da fantasia, virtualmente, tudo é possível e não existem fantasias certas nem erradas. O indivíduo tem a liberdade de fantasiar o que bem entender, porque isso faz parte da sua realidade interior e intimidade”, escreveu o psicólogo Nuno Nodin em Sexualidade de A a Z (Bertrand Editora).

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