
Para a psicanalista Alice Paes de Barros, 58, nem sempre é fácil para os pais perceberem que o filho tem vida própria. "E isso inclui ter um estilo que não é exatamente como a mãe gostaria que fosse", diz a psicanalista. Ainda assim, o gosto pessoal precisa ser respeitado.
"A gente não escolhia o que iria vestir. Só estávamos preocupadas em brincar", diz a consultora, mãe de Maria Beatriz, 10, e Maria Eugênia, 5.
A construção precoce da personalidade se deve à ausência da mãe no dia-a-dia, segundo Ana. "Elas ficam com as babás, estão mais expostas à mídia, mais independentes e com maior percepção do que gostam e do que não gostam."
Paralelamente, a indústria de moda voltada para a infância e a adolescência não pára de crescer.
A explosão de grifes infantis ocorreu nos últimos dez anos. "As empresas de moda perceberam que a criançada tem opinião."
Mas respeitar a opinião e a personalidade dos filhos, segundo a psicanalista Alice Paes de Barros, é diferente de se omitir na educação.
Segundo a psicanalista, é compreensível que essa geração esteja ligada em moda e estilo mais cedo. "Não podemos esquecer de que vivemos um momento de culto ao corpo e à imagem", afirma.
Meninas, mesmo as muito jovens, aprendem que é preciso se cuidar e estar sempre bonitas. "Minha filha é uma miniperua", conforma-se Fabíola, mãe de Thamires. E não é a única.
"A mãe precisa entender que é normal, lá pelos quatro anos, a filha querer competir com ela", diz a psicanalista. Mas, no lugar de aceitar a disputa, a mãe pode entrar na brincadeira de aprender a ser mulher.
fonte: revista da folha
0 comentários:
Postar um comentário