sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sapatos, essa paixão...

Não me considero nem de longe uma mulher exageradamente consumista, ao contrário, meu mote vai na linha do “less is beautiful”. E compartilho com as mulheres da minha geração um certo desdém de mentirinha em relação às vaidades femininas, só não consigo entender porque gosto tanto de sapatos...

De onde será que vem esse nosso caso de amor com sapatos?

As mulheres chinesas mutilaram os pés de suas filhas durante séculos para que eles ficassem minúsculos e praticamente dobrados ao meio. Você achava que era um sinal horrendo de submissão? Eu também, mas estudiosos não descartam a possibilidade da prática ter uma conotação mais sexual e a arte erótica chinesa, de fato, parece ter várias referências às possibilidades sensuais dos pés...

Para Freud também, os pés estão carregados de sensualidade. Seriam símbolos fálicos, que os homens reconhecem e associam ao alívio de alguma ansiedade relativa à castração (sim, a gente anda, anda e não resolve essa história de castração!?).

Fetiches ou não, sapatos nos ajudam a pisar no mundo. Não são coisas da natureza, impostas, poderíamos perfeitamente bem ser uma espécie descalça. Mas, não, decidimos há eras longínquas agasalhar nossos pés. Pés são afimativos, são companheiros de caminho, escolhas...

“Um bom salto escolhe você, e não o contrário. Não siga tendências, siga a si mesma – você precisa de um sapato que a deixa alta e emperdigada. Sempre fique com a sua primeira escolha, a mais instintiva. Ela é a escolha da sua alma. Você tem de escolher um sapato que a faça parecer ainda mais interessante e sentir-se ainda mais intrépida do que já se sente normalmente. Meus sapatos não têm nada a ver com moda – eles são estados de espírito e momentos querendo ser expressos.”(Camilla Morton-Como andar de salto alto)

fonte:delas

0 comentários: