Mas para Margareth dos Reis, psicóloga, viver com os pais não é tão cômodo assim. “A pessoa se mantém no papel de filho. Acaba não vivendo o papel principal nunca. Quando você sai de casa, assume outros papéis: pode ser o administrador da casa, o pai de família, o marido”, explica.
Algumas vezes, a escolha de permanecer sob a segurança dos pais pode ser o medo de assumir esses novos papeis, segundo ela. “Pode, também, sinalizar a dificuldade de afastamento, de assumir responsabilidades, o medo do contato com uma vida diferente e tudo aquilo que cerca essa nova vida”.
Além dos filhos, a psicóloga lembra que muitos pais também têm dificuldade de se desligar e pressionam os filhos a ficarem. “As escolhas fazem parte da vida adulta. E muitas dessas escolhas não incluem a família toda. Permanecer na casa dos pais por pressão limita muito a vida, assim como é limitador achar que o filho é responsável pelo bem estar dos pais”, diz ela. Conversar, então, é a solução. “É preciso mostrar à família que o vínculo vai continuar e isso pode fazer muito bem para todo mundo”.
Mudança de gerações
Na opinião da psicóloga, a mudança na criação dos filhos tornou mais comum o fenômeno dos trintões que não saem do ninho. “Acho que essa é uma geração mais insegura. No passado, os pais criavam os filhos para se acertarem profissionalmente e serem independentes”, diz a psicóloga. “Houve uma mudança e os pais passaram a ser cobrados para proteger ao máximo e dar tudo que os filhos precisam”.
Por outro lado, Margareth afirma que se os filhos demoram mais para serem independentes é porque a convivência, atualmente, é mais fácil do que antes. “Hoje, os jovens podem ter a vida deles. Podem ter muita coisa que no passado só poderiam viver depois que saíssem de casa. É mais simples ter liberdade”, compara. Ainda assim, ela apoia a decisão de se desabrigar das asas familiares.
fonte:Ig delas
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